Última sexta—feira
do ano, clima de réveillon, mensagens de felicitações nas redes sociais,
pessoas ansiosas pelos festejos, ruas esvaziadas de um trânsito caótico.
Como em
todos os finais de ano, fala-se muito do ano que está acabando, comentando o
que houve de ruim, o pouco que foi conquistado, a expectativa pelo tal do Ano
Novo.
Aqui no
Brasil foi um ano agitado, sem dúvida alguma. Tivemos a união do povo em pról
de uma moralidade pública, clamor das ruas que repercurtiu no Congresso
Nacional e promoveu o impeachment da única mulher que ocupou a Presidência da
República até agora. Algumas dezenas de políticos e empresários foram presos,
detectados em esquemas de corrupção que vieram a público, expondo o País internacionalmente como um território podre. De uma certa forma a
população se sentiu de alma lavada pois alguns culpados pelo desvio de dinheiro
público foram condenados. Um pouco desse dinheiro - alguns bons milhões de dólares americanos - foi retornado aos cofres do
Estado. O País mostrou uma outra face até então desconhecida: ainda que timidamente
estamos deixando de ser tão complacentes com gente corrupta e entendemos que
devemos sair às ruas protestar e exigir nossos direitos, nosso bem estar para
nós e nossos filhos – para as futuras gerações.
É muito
pouco, ainda. Estamos longe de ser aquela terra prometida que eu tanto ouvi
falar quando criança, o “celeiro do mundo”, como diziam as pessoas de mais
idade.
Muita
ingenuidade acreditar que a partir de agora tudo será diferente e que não
haverá mais corrupção. A ganância do ser humano não tem limites e se você tiver
o cuidado de pesquisar um pouco pela História, encontrará situações escabrosas
de corrupção, de crimes contra patrimônios públicos, gente que pretendeu se
perpetuar no poder.
O festejado Ano
Novo não será diferente dos demais. Você não ganhará na loteria, não ficará
milionário e não fará aquela viagem à volta do planeta. A cura de certas
doenças não virá antes de anos e anos de pesquisas, o sofrimento das guerras
assolará vários países. O Homem não irá a Marte nem a lugar algum do espaço
sideral... a não ser nos filmes de ficção científica.
Negativismo?
Nem de longe; apenas realista.
Assim, dentro dos
padrões clássicos, espero que todos sejam felizes tanto quanto possível, nessa
nossa incompreensível jornada neste plano.
E que venha 2017!