sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fernanda

Não pode existir um dia para chamar de bonito sem que você esteja por perto.

Não há porque acreditar que um fato seja verdadeiro até que você diga exatamente isso.

Não consigo ficar sem seu sorriso, não imagino o mundo sem seu olhar inteligente sobre as coisas que eu conto, por banais que sejam.

Não há como fugir do seu ar de meiga reprovação ante às piadas sem graça que insisto em fazer só para provocar você.

Não ouso ficar sem o aroma do seu perfume, que me leva a passear por lugares que só eu sei.

Não vou abrir mão do seu jeito chique, da sua elegância, de suas peculiaridades.

Não posso ficar sem o calor de seu corpo, a maciez dos seus cabelos, a umidade excitante de sua boca.

Não, não tem como esquecer (e não querer mais!) seu beijo simplesmente porque isso é (quase) a melhor parte de seus encantos.

Não penso em existir longe da maciez do seu colo; impossível não ceder ao convite erótico a uma carícia... a um beijo... ao deleite...

Não posso resistir aos apelos de sua voz rouca de desejo, aos seus ímpetos de paixão e a sua sinceridade de amor que me convoca, imponente... carente... indecente...

Não me dou ao direito de abrir mão do embate de nossos corpos, sempre tão mágico.

Não devo – e me recuso – a acreditar na finitude disso.

Não... isso seria admitir uma derrota, um conformismo que não existe em mim.

Não quero viver sem seu (o meu) amor!

Não tenho outra coisa a dizer, senão... que amo você!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dois Pontos, Ano I

Amanhã meu Blog faz aniversário: um ano de existência!
Quando me decidi a escrever e postar aqui na Internet, fui movido por sentimentos múltiplos.
Inicialmente porque gosto de escrever e achei que seria um bom exercício para – quem sabe um dia – brincar com a idéia de editar um livro de crônicas. 
Posteriormente, percebi que não havia como fugir de comentar alguns fatos atuais pois isso sempre suscita discussões – e é muito salutar para desenvolver nosso senso crítico. É da discussão, da troca de idéias que nascem as grandes soluções.
Infelizmente não pude tocar em determinados assuntos pois como a Internet é um universo livre e vulnerável, eu poderia enfrentar confusões até no meu ambiente de trabalho, que é político. 
Assim, resolvi não mexer muito em determinados vespeiros com medo da ferroada da abelha-rainha.
Longe de vislumbrar nisso uma atitude covarde em tempos de renovação, creio tratar-se de um cuidado absolutamente necessário justamente porque os tempos de liberdade com os quais minha geração sonhou, ainda não chegaram.
Nessa pouca experiência como crítico de acontecimentos modernos, tive a certeza de que nem sempre se pode dizer o que se pensa ou emitir opiniões. 
Aliás, os termos são próximos: ao invés de emitir, o prudente é omitir.
Essa reserva de cautela é salutar, preserva nossas cabeças – literalmente.
Mas só posso afirmar que este ano foi muito positivo, aprendi bastante e me sinto orgulhoso ao ver no meu mapa de estatísticas que tenho leitores em vários países do mundo. Pude medir, assim, a força da Internet e garanto: isto aqui é o veículo mais poderoso já idealizado!
Agradeço a todos os que me acompanham, me prestigiam e comentam o que escrevo. Isso tudo é motivo de satisfação e orienta os rumos da prosa!
Dizem que as sextas-feiras 13 são dias de azar. Balela! Para mim, está sendo um ótimo momento para escrever, uma vez mais, para vocês! 
Muito obrigado a todos, pelo carinho - que é recíproco!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sorria...

Nem adianta tentar escapar delas. Estão em toda a parte e, quando você estiver bem distraído, elas denunciarão, não deixando muitas dúvidas sobre sua intenção, sua conduta, seus atos.

Você pode até tentar uma desculpa mais tarde mas elas são implacáveis e donas absolutas da verdade. Contra o que elas mostram não há argumentos.

Assim como aquelas fofoqueiras que vivem conversando no portão de casa e analisando o que cada um anda fazendo pelas vizinhanças, essas novas personagens tomaram conta do nosso dia-a-dia.

São as câmeras.

Elas estão em todos os lugares, todos. Nos Bancos, nas lojas, nas estações de embarque, nos consultórios, nas portarias dos edifícios, nos semáforos, nos postes e onde mais você puder imaginar.

Acabou o nosso sossego.

Não se pode fazer mais nada que sempre tem uma câmera olhando. Sabe aquela conversão não permitida, às duas e meia da manhã? Não pode; tem câmera multando. Muito cuidado com aquela coçadinha no nariz ou nas orelhas em público... vai que tem uma câmera filmando, já pensou?!? Não fale abertamente na festa da empresa: farão a leitura labial do que está sendo dito, tudo devidamente filmado. Pintou um clima para aquele beijinho no elevador? Nem pensar... tem câmera no elevador, também – e garanto que o Porteiro se diverte. Ah, claro... e nunca deixe as cortinas abertas na sua casa pois o vizinho do prédio da frente comprou uma câmera novinha.

Hoje em dia o mundo virou um grande Big Brother – não esse que passa na televisão mas aquele, imaginado por George Orwell. Virou uma febre, todo mundo tem um celular que filma tudo, registra tudo. Parece que se tornou obrigatório não só contar alguma coisa mas provar com um filminho feito no celular, para que todo mundo veja – e depois compartilha pela Internet.

- Alfredo, você não está contente aqui na empresa? Deveria ter nos procurado para conversar, ao invés de sair por aí falando mal de todo mundo...

- Que é isso, Dr. Epaminondas?!? Eu jamais faria isso...

- Não minta... eu vi no Youtube.

- O quêêê???

- Espero que tenha mais cuidado no seu próximo emprego...

Pois é, perdemos nosso sagrado direito de um comentário, uma fofoquinha, uma piadinha sobre a gostosona do nono andar. Não se pode falar mais nada: tem sempre alguém filmando, registrando, catalogando, colocando na Internet.

Para falar a verdade, eu acho que.... ei!!!! O que é você está filmando aí, hein?!?