sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

As curvas e os sonhos


O universo da Arquitetura perdeu, nesta última quarta-feira, 5 de dezembro, um de seus expoentes: Oscar Niemeyer deixou órfãos milhões de pessoas em todo o planeta, que se encantaram com suas obras magníficas.
Entretanto, o que mais chamava a atenção nesse carioca de Laranjeiras com certeza ia além das curvas mágicas que fez nascer em sua prancheta mas a determinação diante da vida.
Niemeyer conseguia sintetizar numa frase conceitos muito fortes sobre a existência humana e nos fazia viajar na sua filosofia pura e verdadeira. Sua vontade de viver estava acima de tudo – “Amo a vida e a vida me ama. Somos um casalzinho insuportável.”, disse certa vez.
Mesmo quando de sua derradeira internação em hospital, aos 104 anos de idade, ele queria ir embora logo afirmando que precisava trabalhar, num exemplo ímpar àqueles menos acostumados à labuta.
E é esse mesmo dinamismo que fica para nós, a imagem de um homem obstinado pelo belo, pelo novo, pelo sonho. Justas as homenagens que se prestam a ele neste instante e por mais que se diga, nunca se dirá tudo a seu respeito.
Pois é, Niemeyer... você nos deixou tanta coisa bonita e eu fico aqui, tentando compor uma arquitetura de palavras para definir – mas isso é quase impossível porque, como bem disse Chico Buarque, você foi maior que sua arte. Assim, as palavras são pequenas para garantir às suas obras o esplendor que elas possuem.
Temos pelo menos um consolo: os gênios não morrem.
Até um dia, camarada!


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