sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Deveríamos...

Deveríamos nascer sabendo algumas coisas. Isso facilitaria muito nossa existência por aqui e não sofreríamos demais com certas situações pois já saberíamos o final de muita coisa.

Deveríamos nascer sabendo a tabuada, fazer regra de três composta, extrair raiz quadrada e conjugar verbos irregulares. De quebra, poderíamos já conhecer as obras de Shakespeare, Camões e Machado de Assis.

Deveríamos nascer sabendo todos os afluentes da margem esquerda do Rio Amazonas. Pensando bem, os da margem direita, também!

Deveríamos nascer sabendo de todas as datas consideradas importantes, como a Invasão Holandesa na Bahia, a Queda da Bastilha, a Independência de todos os países da América e nunca nos esquecer dos aniversários de nossos amigos.

Deveríamos nascer sabendo muitas coisas sobre o ser humano: que é frágil, ao contrário do que se mostra; que uma lágrima brota de nossos olhos menos de dois segundos depois de sentirmos saudade; que não existe vazio maior em nossos corações do que o provocado pela ausência de quem amamos; que as pessoas nunca pertencem integralmente a ninguém e é isso o que provoca tanta discórdia; que não existe coisa mais triste do que um aceno de despedida.

Se soubéssemos dessas coisas todas que envolvem o comportamento humano, talvez entendêssemos melhor nosso semelhante e a nós próprios.

Mas não sabemos. Temos que vivenciar isso tudo, dia a dia, momento após momento, decepção a cada gesto, tolerância a cada segundo, resignação a cada instante e aprendizado o tempo todo.

Eu me sinto como um aluno nesta vida, sempre aprendendo, sempre sendo testado – e parece que as provas não acabam nunca! As situações mudam, pessoas novas conheço e para mim é sempre uma novidade.

É no mínimo esquisito pensar que nascemos sem saber absolutamente nada, aprendemos e ensinamos nesta vida e aí... bom, aí partimos, simplesmente. Vamos embora não sabemos exatamente para onde, levando nossas experiências, nossos medos, nossas alegrias, nossas ansiedades.

São tantas coisas que não sabemos mas... deveríamos...

Um comentário:

Unknown disse...


Se soubéssemos, nada teria graça,é a partir da falta, do vazio,e dessa angústia que nasce a criatividade em nós.