sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O voto (segundo turno)

O Brasil tem assistido, nas últimas décadas, a mudanças significativas. Se considerarmos o período imediatamente após o término da II Guerra Mundial, em 1945, veremos que houve muito avanço tecnológico. Migramos de um país de pobreza escancarada e sem avanços culturais para um rascunho de país no rumo do desenvolvimento.

Afinal, àquela altura, a escravidão deixara de existir em nosso solo a apenas 57 anos – um nada, em termos de História – e convivíamos com o preconceito e a ignorância de muitos. O início do Século XX foi, então, marcado por essa dualidade: um grupo privilegiado que detinha o poder econômico e outro muito maior, que dependia e era subjulgado pelo primeiro. De certa ótica, a escravidão continuou.

Aos poucos grandes empresas e indústrias foram se instalando aqui, proporcionando uma vida econômica mais decente às famílias. Os imigrantes, sempre muito bem vindos, foram grandes responsáveis por mudanças culturais, trazendo sua força de trabalho e seus costumes. Dessa miscigenação toda nascia um novo Brasil, um lugar de oportunidades, de projeção, de futuro. Havia trabalho, havia vontade, havia alegria em realizar. Crescemos e marcamos nossa presença no mundo moderno.

Politicamente, entretanto, nossa evolução deixou a desejar. Passamos de colônia portuguesa a um País livre e independente. Não soubemos lidar nem com uma coisa, nem com outra. Ser livre impõe atitudes e responsabilidades primeiramente dentro de seu território e depois, fora dele. Independência anda de mãos dadas com a soberania, o ordenamento constitucional consolidado pela vontade do povo. Infelizmente, o que percebemos é que essa vontade popular vem sendo manipulada através destes anos todos para manter este ou aquele grupo no poder. Se algum tipo de controle ideológico sempre existiu na Humanidade, no Brasil aconteceram grandes deturpações disso em função de favorecimentos pessoais: não se visa o bem comum mas a locupletação de alguns poucos em detrimento de toda a Sociedade.

Ficou famoso – nefastamente famoso – o jargão do “jeitinho brasileiro”: se no início ele induzia ao entendimento de inovação e criatividade, hoje sinaliza a existência de malandragem, de esperteza ilícita.

Estamos em plena campanha eleitoral para eleger o Presidente da República e o que presenciamos principalmente nos debates pela televisão foram ataques pessoais de parte a parte. Não há um propósito, um plano para o bem do País, para destravarmos nossa Economia, para alavancarmos a Educação, para sanearmos a Saúde, para erradicarmos a corrupção – nada! O que há é um fogo cruzado de forma generalizada. Historicamente há grupos de pessoas – sempre as mesmas pessoas – há décadas comandando ou se aproveitando de parcelas de Poder e do deleite que ele pode proporcionar. Essa sede de Poder, além de familiar, é hereditária...

Especificamente nestas eleições estão jogando pobres contra ricos, dando início a uma absurda guerra de classes sociais, acirrando a discriminação e fomentando o preconceito. Em suma, voltamos ao início do século XX mas com uma diferença fundamental: a informação, a velocidade da comunicação. Por mais humilde que seja, qualquer pessoa hoje pode ter nas mãos um celular com acesso à Internet e ser bombardeada com toda sorte de fatos e dados, sejam eles reais ou não. Continuamos a ser controlados e induzidos pela classe política.

A você que vai votar neste domingo, esqueça promessas tolas e ataques emocionais: pense em você, em sua família, em sua estrutura de vida que quer ver melhorada. Vote Nação, vote Pátria, vote você.

Você é a razão da existência de tudo isto – eles precisam do seu voto, não se esqueça...

Um comentário:

Unknown disse...

Achei muito infantil os debates parecia briga de crianças com troca de acusações tentando ser melhor ao mostrar o pior do outro. Indignado em saber que um deles vai governar o Brasil. Alguns colegas dizem que é assim mesmo pois o Brasil é muito novo se comparado a outras nações e temos muito a aprender. Triste é ser usado feito papel higiênico pra limpar as m.... que esses políticos fazem.