sexta-feira, 18 de maio de 2012

Relacionamentos

Voltou a circular pela Internet um texto creditado a Arnaldo Jabor, intitulado Relacionamentos. Coisas na Rede são assim... vão e voltam!
Nele, é feita toda uma explanação sobre a durabilidade e a finitude dos amores, que não se pode ter sempre o ideal, que nem sempre o ideal é aquele que nos completa e que nem sempre ter sexo bom com alguém significa amor e vice-versa, que não devemos ficar com alguém por pena ou medo de solidão,  que podemos ter vários amores na vida... e por aí vai.
O texto é datado de 2008 e nem sei se foi escrito mesmo pelo Jabor. Se foi, desculpe mas não concordo com ele, não. Aliás, ainda bem que existe essa possibilidade de divergir das idéias! Que seria do azul se todos gostassem (só) do vermelho?
Gosto de ler as crônicas do Jabor, ele tem humor refinado e agudo senso de observação, mesclado com ironia e inteligência. Só que eu penso com meus próprios neurônios e nem sempre dá para concordar com opinião alheia.
Esse texto Relacionamentos tem conceitos óbvios mas que não consigo aceitar: falar que um amor acaba e encontramos outro parece tão fácil quanto mudar o canal da televisão. Considerar que devemos esquecer um amor antigo e substituí-lo por um novo beira a escolha do sabor do sorvete no menu do restaurante.
Não acho que seja assim, não.
Quando amamos alguém significa que percebemos afinidades em vínculos que desejamos para nós e deixar essa pessoa ir embora porque é obra da vida é um simulacro idiota de conformismo. É como assistirmos a um filme, onde não podemos mudar o final. 
O amor é um sentimento que nos faz passar por cima de tudo porque é a nossa felicidade que está em jogo e é esse sentimento que vai determinar o rumo de nossa vida. E a vida é um roteiro nosso! Temos que lutar por quem amamos, sim!
Construir um arquétipo é fácil – todos nós sabemos como as coisas deveriam ser; o que a maioria faz é não assumir os próprios erros, conviver com suas realidades.
Assim, o texto Relacionamentos do Jabor carrega uma certa amargura, um acomodamento pelas situações que deveriam ser mas não são.
Conheço pessoas que vivem projetando nos outros as suas próprias frustrações, insistem em analisar comportamentos jogando em outros atores papéis que na realidade são seus! Costumam achar soluções para todos, dão aulas de autoconfiança mascarando os próprios conflitos, enganando a sí próprias. Por fora sorriem como se não tivessem problemas mas no íntimo são extremamente frágeis, vulneráveis, tristes.
É a velha estória: falar dos outros é fácil.  Lendo aquele texto, só posso concluir uma coisa: o autor – seja ou não o Jabor – nunca amou ninguém!

2 comentários:

Claudia Maria Gonçalves disse...

Amar não é trocar um pelo outro. Não é escolher outro no cardápio. Amor implica compromisso, dedicação, rega, entrega, doação, companheirismo, cumplicidade. o que se vê por aí é uma espécie de fast food de relacionamentos. Tb discordo do Jabor, apesar de admirá-lo e respeitá-lo. Abraços,

ISIS disse...

Interessante. Gostei da réplica, também eu, gostaria de saber, perfeitamente "o que é o amor"...?!? mas, não vejo razão para discordar enm de um nem de outro. ah! e não estou fazendo política não, apenas tentando aproveitar a melhor parte de cada um... somente aquelas que me agradarem... (serei eu mais um motivo para conflito?!)...rsrs adoro isso! uma boa discussão saudável e construtiva, cheia de filosofias e certezas do mundo!! bjs!