sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio + 20

Acabou a Rio + 20.

A Cidade Maravilhosa foi palco, uma vez mais, de conferência mundial sobre o meio ambiente. Durante nove dias, de 13 a 22 de junho deste ano, Nações do mundo todo debateram acaloradamente itens de crucial importância para o desenvolvimento sustentável.

Trocando em miúdos, isso quer dizer: como sobreviver na Terra sem acabar com o planeta.

A preocupação com a saúde da Terra é antiga. O primeiro grande evento nesse sentido ocorreu em Estocolmo, em 1972. Depois, veio a Conferência do Rio de Janeiro, em 1992;  Kyoto, em 1997 e agora, a Rio + 20.

Em todos esses conclaves, a temática girou em torno de proteção do meio ambiente, redução dos níveis de poluição e favorecimento das condições de vida dos seres humanos de maneira global.

Mandatários do mundo todo se reuniram nessas ocasiões, debateram, defenderam seus pontos de vista e, pelo menos em tribuna, houve a concordância total e um veredicto único: medidas precisavam ser tomadas para salvar o planeta do caos. Ao final, o documento contendo o Protocolo de Intenções e os políticos todos posam, sorridentes, para a foto.  Flashes, mais sorrisos, outras poses, mais flashes e fim.

E o que acontece depois disso?

Nada! Isso mesmo: nada.

Por incrível que pareça, a culpa da degradação ambiental continua recaindo sobre os pobres seres humanos dos países de segundo ou terceiro mundo.  A responsabilidade sobre um tal de efeito estufa é dos flautos dos bovinos que criamos por aqui ou daquele inocente churrasco que teimamos em fazer ao reunir a família e os amigos. O ar fica poluído porque usamos automóveis ao invés de nos utilizarmos do farto transporte coletivo não poluente que o Estado coloca à nossa disposição. O solo se degrada por causa do lixo que você joga indiscriminadamente: baterias do seu celular, do seu computador e da sua máquina digital, as pilhas do seu controle remoto.

É você quem está destruindo o planeta!

Os países desenvolvidos não querem saber de pagar a conta da degradação do meio ambiente. Para se ter uma idéia, os Estados Unidos e o Japão sequer assinaram o Protocolo de Kyoto, que previa rígido controle na emissão de monóxido de carbono. Ou seja, país rico não polui.

Muito modestamente, eu continuo cobrando aqui a responsabilidade daqueles que geram a poluição. Existe todo um aparato para fomentar o consumismo e gerar riquezas para os grandes grupos econômicos mas eles ficam isentos de culpa! Todos sabemos que motor de automóvel polui mas o que é que as montadoras fazem com relação a isso? Muito se fala sobre o envenenamento do solo, causado por componentes das pilhas e baterias mas quem as fabrica está preocupado? E as indústrias que jogam seus resíduos nos cursos d´água? E os Governos que têm a obrigação de estipular normas e sanções para coibir tudo isso?

Ninguém tem coragem de bater nesse ponto: quem propicia o surgimento desse lixo é quem tem que dar um jeito de limpá-lo – e não simplesmente varrer para debaixo do tapete.

Vamos esperar pela próxima Conferência...

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