sexta-feira, 29 de junho de 2012

Smart


Embora eu tivesse me segurado bastante, não teve jeito: cedi mesmo à tentação e comprei um Smartphone.
Não foi exatamente uma pechincha mas o parcelamento em doze vezes sem juros no cartão de crédito foi decisivo. As facilidades que a Internet oferece são irresistíveis: não conheço melhor vendedor.
Dois dias depois, antes mesmo do prometido, o aparelho chegou. Quando o porteiro avisou pelo interfone, desci rápido, todo feliz. Vim pelo elevador já rasgando a embalagem... parecia uma criança. Desembalei com cuidado e me deparei com um pequeno folheto de instruções; o manual estava no próprio telefone, teria que ligá-lo primeiro.
Mãos à obra!!!
Fiquei longos minutos olhando para o aparelhinho em minhas mãos e tentando descobrir como abrí-lo para inserir a bateria (não veio escrito como isso poderia ocorrer). Procurei por todos os lados e... nada! Consegui abrir o estojo por acaso e instalei o cartão de memória, o chip da operadora e a bateria. Fechei tudo e liguei. Uau! Ele funcionou!!! Resolvi fazer a primeira ligação mas... como? Onde está o teclado? Tudo na tela, tudo virtual – isso eu já sabia – mas tinha que ter uma dica, uma seta piscante com um aviso “aperte aqui”.  Nada. Achei um ícone escrito “Configurações”. Pensei: “ah... agora sim!” Hum... quem disse?!? Que nada, o menu de configurações é quase tão claro como inscrições rupestres. Fiquei lembrando do garoto que trabalha conosco; tem um aparelho igualzinho ao meu e faz de tudo com ele: telefona, usa a Internet, faz trabalhos de Faculdade, tudo! Como é que eu não conseguia? De repente me senti um homem pré-histórico tentando dirigir um Lamborghini.
Eu já tinha ouvido falar que quem projeta esses aparelhos todos são pessoas muito jovens, adolescentes com QI elevadíssimo e agora vejo que é tudo verdade.  Acho que eles se divertem só de imaginar as pessoas tentando se acostumar com tantos botões, configurações e palavreado em tecnologês.
Mas tudo bem. Aos poucos eu vou me acostumar com meu novo brinquedinho. Já sei ligar e desligar – é um progresso e tanto. Falta, ainda, decorar quarenta e seis botões virtuais com suas funções, etc. Depois disso posso avançar para o uso da Internet – como acessar, mandar e-mail, percorrer redes sociais, essas coisas básicas.
Agora preciso ir. Tenho que fazer uma ligação e, para isso, vou pegar meu velho aparelho celular – aquele que pretendi aposentar para usar o Smartphone. Coisas deste tempo doido, que num primeiro momento atropela até nosso bom senso – mas nunca o bom humor...

3 comentários:

Claudia Maria Gonçalves disse...

rssss.....coisas da nossa geração, que teve que aprender tudo, tudo, na raça!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Adorei Reinaldo!
Disse tudo e é assim mesmo que acontece... Mas de toda forma devemos estar abertos para aprender, nem que seja a um prazo mais longo. E com um pouco mais de calma e paciência do que os mais jovens, chegaremos lá...
Espero que dentro de muito pouco tempo, esteja dominando seu "brinquedinho"!
Beijocas,