sexta-feira, 25 de março de 2011

A moda esqueleto

A onda agora é ser magro. Magro não, esquelético. Se grupinhos forem vistos no café da empresa, pode contar que um dos assuntos é sobre o novo regime que saiu naquela revista.

Tem dieta de todos os modos e para todos os gostos – ou bocas. A da lua, a da sopa, da água, do suco, da sogra, do carboidrato, da proteína. Só não tem aquela que emagrece.

Como a boca geralmente não para fechada, apareceram as cirurgias. Reduz estômago, põe anel, aperta aqui, costura ali e a pessoa passa a viver meses de sopa instantânea. Aí emagrece, claro – e fica anêmica e pelancuda, reclamando da cirurgia plástica que terá que fazer.

E você já reparou como fica chata aquela pessoa em regime ou que fez cirurgia para de alguma forma, emagrecer?

- Vera, eu fiz este macarrão pensando em você... sei que gosta!

- Ah... claro... obrigada... coloca só três fiozinhos desse spaghetti... estou fazendo regime, sabe?

- Alfredo, quer uma cerveja?

- Sim... mas ponha numa xícara de chá, por favor! Fiz aquela cirurgia para emagrecer, não posso abusar...

Agora, além das modelos que parecem cabides, as pessoas comuns também querem envereder por esse caminho! Imitar os famosos. Tem dó...

- Você viu o Faustão? Quero ficar daquele jeito, também.

No final dos anos 60 o Jô Soares entrou numa dieta braba e emagreceu muito. Sabem o que aconteceu? Ele perdeu a graça... Voltou a engordar e a nos brindar com seu humor refinado e inteligente.

As pessoas devem assumir aquilo que são. Ser um pouco mais cheinhas não quer dizer que estejam padecendo de alguma doença e o inverso também é verdadeiro! Mas como ninguém nunca está contente, tem até quem se considera magro demais e precisa engordar uns cinco quilinhos. Se perceber que engordou ou emagreceu sem motivo aparente, faça uma visitinha ao seu médico. É ele quem tem condição de saber se existe algo errado com sua saúde. Não venha dizer que você prefere seguir dietas duvidosas, né? Conselho de comadre tem limite.

Dia destes conversava com uma amiga que vai colocar um tal de balãozinho no estômago. Balãozinho? Eu não conhecia, ela me disse que inflam uma espécie de bexiga no estômago, para parecer que está cheio e aí você não come tanto. Resumindo, tentam enganar o pobre coitado. Perguntei se ela ia ficar o resto da vida com o treco embutido lá dentro. Não... só por uns oito meses. Ah, tá! E depois, quando tirar, o estômago não vai querer que o encham de maionese, lasanha, feijoada, batata frita e torta de chocolate? Recebi um olhar tão ameaçador que nem me atrevi a perguntar novamente. Deixa pra lá...

Bom, vou terminando minha crônica por aqui. Não sei bem por que mas de repente me bateu uma fominha... vou lá assaltar a geladeira, tá bom?

3 comentários:

Antonieta disse...

É muito, muito complexo e não é certamente apenas o desejo de ser magra ou o desejo de agradar os homens, que levam as mulheres a terem esse comportamento de compulsão por dietas.

Reinaldo disse...

É verdade, Antonieta! Acredito que haja, sim, maior complexidade no fato de querer perder ou ganhar peso. Mas, na crônica, eu não abordo a mulher, especificamente - trato dos dois, homem e mulher. E um olhar bem-humorado sobre o assunto é sempre bom para que as pessoas vejam que o ponteiro da balança não pode ser um objetivo de vida.
Obrigado pelo comentário!

masettos disse...

acho que o difícil mesmo...é o ser humano...em geral ...assumir-se como é.