sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Onde eu atravesso?

Fiquei sabendo por acaso, nesta semana, que São Paulo é a quarta maior cidade do Planeta mas tem a maior frota de veículos automotores - olha só que coisa!?!

Justamente por isso é que São Paulo é uma das cidades mais congestionadas do mundo; só quem mora aqui sabe da dor de cabeça para se locomover de um ponto a outro. Se há trinta anos ainda havia momentos de sossego no trânsito, hoje já não existe mais horário: você pode dar uma volta às três da manhã que enfrentará lentidão em algum lugar. O horário de rush, por aqui, dura mais ou menos o dia inteiro...

Mas não precisa ser técnico em nada, basta observar para concluir que tem mesmo muito carro na rua – e todo mundo resolve sair ao mesmo tempo! Entretanto, mesmo assim meio moroso, trânsito é sempre um perigo e não são raros acidentes fatais em nossas ruas envolvendo veículos pesados e leves, motocicletas, bicicletas e pedestres.

No meio dessa confusão toda, as autoridades de trânsito tentam implantar campanha para respeitar o pedestre na travessia das vias públicas. Louvável.

Na teoria, funciona assim: o pedestre que pretender atravessar uma via onde não tiver semáforo para pedestres, deverá se dirigir até uma faixa de segurança, sinalizar com a mão e esperar que todos os carros parem e esperem, pacientemente, que ele transponha a rua. Ninguém buzina, ninguém fica acelerando, ninguém xinga.

Tudo parece muito simples e civilizado mas experiências levadas a cabo por alguns órgãos de Imprensa demonstraram a inutilidade da medida: os motoristas não param ou só detém seus veículos quando notam uma câmara de televisão registrando a cena. Desse jeito, até eu.

Eu sempre ouvi dizer que na Europa é assim, que quando você coloca o pé na rua os carros param. Na primeira vez que estive lá pude concluir: não é bem assim! Para atravessar uma rua, aqui e em qualquer lugar do mundo, o que vale é o bom senso de ambos, pedestres e motoristas. Não adianta querer que um carro na avenida Vinte e Três de Maio pare só porque você resolveu atravessar na frente dele; melhor caminhar até o próximo viaduto e transpor por ali na mais absoluta segurança. Quem se lembra das noções de Cinemática sabe que é necessário algum tempo/espaço para deter um veículo que pesa algumas boas centenas de quilos.

Eu fico torcendo para que a campanha dê bons frutos, que motoristas, motociclistas e pedestres aprendam, tenham mais bom senso e mais educação e que, em linhas gerais, passem a ter um respeito mútuo que hoje simplesmente não existe.

Enquanto isso não acontece, eu vou é procurar um semáforo onde eu possa atravessar a rua bem sossegadinho...

Um comentário:

Eduardo Rijo disse...

boa matéria jornalista Reinaldo.