sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Qual a sua ocupação?

Época de transição, essa em que vivemos. Valores sedimentados por nossos bisavós substituídos por promessas vagas e uma filosofia de crença exagerada num universo materialista que está bem longe da grande maioria.

Claro que as coisas mudam, é um processo constante de evolução. A Humanidade não é estática – muito pelo contrário... ela é até dinâmica demais. Mas essa estória de evolução – acho eu... – teria que ser para a frente e não para trás.

É uma idiotice pensar, por exemplo, que mudando a nomenclatura das coisas você as torna diferentes. Antigamente tínhamos a profissão de vendedor e ninguém se envergonhava disso; hoje não existe mais o vendedor, são todos representantes comerciais. Também desapareceu aquele sujeito simpático que nos vendia o seguro do carro: virou produtor de negócios. Faxineira? Não, não... agora são Auxiliares de Limpeza. O Auxiliar de Escritório virou Estagiário, o camarada que não sabe nada, faz tudo pela metade, ganha menos que todo mundo e leva todas as broncas. Isso quando não escalonam os níveis hierárquicos em Junior, Senior, Master, Master Plus e por aí vai...

Tudo enrolação! Jogo de palavras. As funções das pessoas são as mesmas e mudar-lhes os nomes não trará maiores benefícios. Mexem é com o ego das pessoas, embutindo na cabeça delas que possuem valor muito maior do que o que realmente têm. O salário não se modifica, a não ser para menos mas a cabeça muda... e como muda!

Hoje pela manhã ligou para meu local de trabalho um rapaz procurando uma vaga.
- Você está procurando trabalho? - perguntei.
- Não, não... eu quero uma colocação profissional. - ele respondeu.
- Ué... mas então... você não quer trabalho?
- É que falando assim fica muito forte...
- ?!?
- Eu estou disponível para trabalho...
- Ah, tá!

Acabei descobrindo, assim, que não existem mais pessoas desempregadas, existem as disponíveis para trabalho... doce ilusão!

Precisamos acabar com essa bobagem, com essa pretensa especialização à custa de nomenclaturas pomposas que não levam a nada, com esses diplominhas inservíveis que são dados pelas faculdades que brotam às centenas todos os anos. O que necessitamos, mesmo, é resgatar os reais valores – aqueles dos nossos bisavós! – porque eles é que estavam corretos. Se fizermos isso vamos descobrir que embaixo desse vernizinho tolo de banalidades, ainda há matéria de grande quilate dentro de cada um de nós.

Um comentário:

masettos disse...

tá certo reinaldo.....vc foi preciso..cirúrgico, rssss
tenho a impressão ..que essa coisa do "politicamente correto"...está por trás de tudo isso!!!!

abraços